mulher de ló

Lembrai-vos da mulher de Ló.
Ló era sobrinho de Abrão. Quando Abrão saiu da terra de Ur dos caldeus, por ordem de Deus, o Senhor, levou junto o seu sobrinho Ló e, juntos, eles passaram a prosperar na terra para a qual Deus, o Senhor, havia mandado que eles fossem. Depois de um tempo, a terra já não comportava mais os dois rebanhos juntos e os pastores de Abrão e de Ló começaram a brigar entre si. Eles, então, tiveram que se separar. Ló escolheu o vale do Jordão, próximo a Sodoma e Gomorra; Abrão partiu para o outro lado. Só que, nessas cidades, a humanidade estava depravada e os pecados delas subiram até a presença de Deus, o Senhor, que resolveu destruí-las. Enviou então Deus, o Senhor, anjos para tirarem Ló da cidade, antes que a cidade fosse destruída, visto que a justiça de Ló se diferenciava da injustiça da cidade. Quando conseguiram convencer Ló e sua família a saírem da cidade – de arrasto –, a mulher de Ló parou de fugir para olhar para trás, para as cidades que estavam sendo consumidas pela ira de Deus. A mulher de Ló virou uma estátua de sal.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Cléber sempre foi considerado um cara legal. Esportista – joga futebol como ninguém –, depois de formado, logo conseguiu um bom emprego como estagiário de um banco multinacional. Grandes perspectivas de vida. Quando um dos gerentes da empresa casou, Cléber fez questão de aparecer na cerimônia, que foi na igreja que o gerente frequentava. Ele achou muito legal a mensagem daquele pastor. Nunca tinha escutado sobre Jesus daquela forma e resolveu aceitar essa mensagem. Passou a frequentar a igreja, foi batizado e, como jovem brilhante que era, logo começou a se destacar nos estudos bíblicos. Até o dia em que outro membro da empresa anunciou seu casamento e convidou a todos para a despedida de solteiro em uma conhecida casa de festas da cidade.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Angela foi criada indo sempre na igreja com sua mãe: escola bíblica, reuniões de oração, cultos no lar, cultos de celebração. Até solava no coralzinho das crianças. No início da adolescência, já tinha decidido que iria ser missionária ou pastora. E, apesar de estudar em uma escola modesta, sempre ia bem, e todo final de semana levava alguma amiguinha para brincar com ela em sua casa para depois convidá-la para ir à igreja com sua família. Muitos acharam estranho quando uma aluna tão brilhante disse que iria cursar teologia. Com um futuro tão brilhante pela frente, passaria até em direito e medicina, disseram. No dia em que o pai bateu nela e na mãe, brigou com elas e saiu de casa, ela decidiu que nunca na sua vida iria se submeter a homem algum, que cursaria direito e seria independente. A decisão lhe custou muitos cultos em horas de estudo e muitas coisas ditas contra a vontade.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Bruno era feliz. Pelo menos, era o que todo mundo pensava: estudava em um ótimo colégio, tinha computador, videogame, conhecia alguns países da Europa. Mas ele era meio gordinho. Na infância era legal, engraçado até; mas, quando ele percebeu que as meninas olhavam mais para os meninos mais magros, começou a se sentir rejeitado. Às vezes, ele conseguia se justificar lembrando que Deus gostava dele do jeito que ele era – ele tinha escutado isso uma vez ou outra na igreja –, mas, dificilmente estava realmente prestando atenção para entender o que isso queria dizer. No final das contas, o olhar das meninas sempre importava mais mesmo. Uma noite ele descobriu que dava para viver sem se importar com esses olhares, afinal ninguém mandava nele mesmo; era só ele dar uma tragada naquele cigarro diferente.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Isabel conheceu, durante toda sua infância, a vivência com espíritos. Seus pais sempre a ensinaram isso, afinal fazia parte da herança cultural da família. Só que ela sempre teve uma ponta de desconfiança, apesar de aprender e participar de tudo. Sua curiosidade sempre foi maior. Um dia, viu um pastor na televisão falando que tudo isso que sua família vivia era uma mentira e que a verdade estava nos ensinos de Jesus. Isso era mais ou menos de acordo com o incômodo que ela sempre sentira, então resolver ir dar uma olhada na igreja desse sujeito, sob claros protestos da mãe – o pai nunca poderia saber. Quanta alegria ela teve ao ver que aquela mensagem era exatamente aquilo que o seu coração precisava! Depois daquela vez, ela voltou muitas e muitas. De tanto ir à igreja, ela passou a viver até meio brigada com os pais, mas para ela estava tudo bem: tinha encontrado uma razão melhor pra viver do que aquela que eles tinham lhe dado durante toda sua vida. No início da juventude, ela teve que entrar no mercado de trabalho, estudar cada vez mais, talvez lutar um pouco para conquistar o coração de um homem – ufa! Isso tudo dava muito trabalho! Isabel lembrou de como os espíritos que seus pais conheciam ajudavam as pessoas a conseguirem as coisas que queriam com tanta facilidade. Lembrou disso e foi conversar com eles.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Sandro estava sempre na igreja, afinal, seus pais não perdiam uma atividade sequer. Passou a infância praticamente enfiado dentro da igreja. De início, logo que seu pai morreu, ele e a mãe continuaram indo com a mesma regularidade, mas tinham um pouco mais de dificuldade, porque, agora, eram só eles dois. Com o passar do tempo, já não podiam estar em todas as reuniões, já que a mãe tinha uma família para sustentar e essas coisas custam caro. Mas, nunca deixaram de ir. Sempre quando tinham tempo, lá estavam os dois. As coisas começaram a mudar mesmo quando a mãe morreu. Mas, Sandro já estava homem feito, tinha estudo, tinha trabalho. O que ele não tinha mais era tempo de ir à igreja.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
“Então, o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; E destruiu aquela s cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal”. Gn-19: 24, 25 e 26.
Lembrai-vos da mulher de Ló.
Lc-17:32

Daniel Avellar é tangedor do Ministério Casa de Oração